sexta-feira, 27 de maio de 2011

Governo acorda uma proposta na Mesa de Negociação e apresenta outra, além de ameaçar encerrar as negociações. Adufs convoca assembléia para segunda (30)

Em mais uma tentativa de sair do impasse criado pelo governo, os professores das quatro universidades baianas, em greve há cinqüenta dias, apresentaram ao governo uma nova proposta de redação da cláusula do Termo de Acordo salarial na qual aceitam o parcelamento da incorporação da CET, mas rejeitam sua vigência por quatro anos, congelando seus salários neste período. Nesta reunião, ocorrida ontem (25) na SEC, os docentes também sinalizaram a possibilidade de diminuição deste período, mas os representantes do governo preferiram acatar uma nova proposta de redação. Quanto à revogação do Decreto 12583/11, o outro ponto da pauta, o governo continuou irredutível e apenas se comprometeu a realizar reuniões, após o fim da greve, para discutir os seus efeitos sobre as Universidades.
 
Diante disso, os docentes solicitaram que o governo formalizasse a proposta para que ela pudesse ser apreciada pela categoria. Qual não foi a surpresa ao receberem-na com outra redação, na qual retorna o impedimento de novos reajustes salariais nos próximos quatro anos. Para a categoria, este comportamento desonesto do governo só atrapalha as negociações. Além disso, demonstra, de forma cabal, sua má vontade em avançar rumo à superação do impasse. A expectativa dos professores, agora, é que o governo reconheça que esta estratégia só dificulta as negociações e, na próxima reunião, marcada para sexta (27), não as encerre, como ameaça em seu documento.
 
Nesta sexta (27), os professores da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) farão uma manifestação em frente à Diretoria Regional de Educação (DIREC 02), na Avenida Presidente Dutra, às 09h30, para alertar a população para o descaso do governo para com a greve nas UEBA.
 
Na UEFS, acontecerá uma assembléia na próxima segunda (30), às 14 horas, no Anfiteatro, quando serão avaliados os novos encaminhamentos da greve. Para o Comando de Greve, o governo precisa rever a sua posição, pois é inaceitável que ele continue tratando o movimento com tanto desrespeito. Tal atitude só reforça a percepção dos professores de que ele não dá a devida importância à Educação Superior, sob a sua responsabilidade, deixando-os ainda mais indignados e dispostos a continuar a luta. Lembram que, péssimos salários e ataque aos direitos conquistados não podem ser aceitos passivamente.
 
Sobre o Decreto, se comprometer a discutir sua execução na Universidade, após a greve, como propõe o governo, significa esperar a aceitação, por parte da comunidade acadêmica, da interferência indevida dele na vida universitária, inclusive afrontando a Constituição Federal e Estadual, que prevêem a autonomia universitária.
 
Segundo o coordenador do Fórum das ADs, Gean Santana, “Essa já é a quarta proposta de alteração do texto por parte do governo que mantém o caráter restritivo da cláusula. Mais uma vez demonstramos que queremos resolver o problema quando fazemos propostas na Mesa de Negociação. Agora cabe ao governo se dispor de verdade a resolver o impasse”, ressalta.
 
Para Otto Agra, diretor da Adufs, “o que se configura, neste momento, é a necessidade do governo manter a negociação, agilizando a apresentação de uma proposta que não restrinja por quatro anos a possibilidade de novos acordos salariais, além de garantir que os direitos dos docentes e a execução orçamentária das UEBA não sofrerão nenhum tipo de interferência do governo”.

Site:
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